Negócio

O óleo diesel subiu 0,21 centavos devido à isenção que zerava os impostos de PIS e COFINS sobre os combustíveis não ter sido renovada. O valor já ultrapassou o da greve dos caminhoneiros de 2018 e o medo é que ocorra outra greve devido à insatisfação de grande parte dos motoristas

Na primeira semana após a volta da cobrança de impostos federais sobre o óleo diesel, o preço do combustível subiu em 5%. Os novos preços do óleo diesel chegam a superar os de 2018, data marcada pela greve dos caminhoneiros quando motoristas insatisfeitos com o valor da remuneração do frete e o custo do óleo diesel paralisaram o transporte de cargas por cerca de dez dias. Por determinação do atual presidente da república, Jair Bolsonaro, COFINS e PIS ficaram a zero nos meses de março e abril deste ano (2021). Devido ao governo não ter renovado a isenção os impostos, estes voltaram aos níveis anteriores de R$ 0,33 por litro em 1° de maio.

Dados da ANP sobre o diesel

De acordo com pesquisas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o diesel comum custava R$ 4,20 por litro na semana encerrada em 1 de maio, na média dos postos que entraram na pesquisa em todo o país.

Uma semana depois, encerrada no dia 8 de maio, a média passou a ser R$ 4,41 por litro, isto é, R$ 0,21 ou 5% de alta. O diesel S10, como mais caro, subiu quase na mesma proporção.

Os valores antes e depois da greve

Em 2018, na semana encerrada em 19 de maio, antes da greve dos caminhoneiros, o litro do diesel custava em média R$ 3,60, valor que, atualmente, devido à inflação e aos impostos, chegou a R$ 4,11. Com a greve dos caminhoneiros, o preço médio do óleo diesel no país alcançou a R$ 3,83 na semana encerrada em 2 de junho de 2018, o que atualmente corresponde a R$ 4,38.

O fim da isenção dos impostos piorou o humor dos transportadores, uma vez que grande parte já demonstrava insatisfação com a falta de compromisso do Governo Federal em cumprir promessas feitas para evitar uma nova greve de caminhoneiros.

Entenda objetivo do decreto de Bolsonaro

Em março, o preço do diesel já havia sido elevado, assim como outros combustíveis. Contudo, o então presidente da república, Jair Bolsonaro, assinou um decreto que zera a cobrança do PIS e do COFINS (mencionado no começo do texto) sobre os combustíveis.

O objetivo era anular qualquer possível movimento que poderia gerar uma nova greve de caminhoneiros, uma ameaça que está sendo feita desde o fim de 2020.

Valdemar Medeiros – Click Petróleo e Gás

Veja mais